quarta-feira, 14 de abril de 2010

Política em crise


O instrumento mais importante para o desenvolvimento da sociedade esta desacreditado entre nós. A política, que deveria ser o mecanismo de organização social mais eficiente para a construção dos indivíduos hoje é usada como carreira: Além de inúmeros casos de corrupção que assolam o País, é usada também como válvula de escape do crime para obstruir a justiça e conceder foro privilegiado para bandidos. Leis que criam defesa para quem tem mais poder ou dinheiro são utilizadas para que a impunidade ganhe cada vez mais força.
E ai começa a epidemia do descrédito.
Cada vez mais escancarados políticos são vistos na mídia realizando diversos tipos de fraudes: vídeos, contas obscuras, envolvimento com jogos recebendo propinas, fazendo chantagens, até colocando dinheiro nas meias e cuecas, o que se pode imaginar, se vê na política. Mas esse descrédito que a política vive é reflexo da impunidade que existe nesse meio. E essa crise política se agrava com a falta de mobilização da juventude, as informações cada vez mais fragmentadas e manipuladas pelos meios de comunicação, a justiça que prende um simples ladrão de galinhas (essa é velha), mas que solta, ou mesmo nem prende quem assalta milhões dos cofres públicos, são elementos que agravam todo o sistema político. Criando uma idéia de que não vale a pena lutar por nada. Ou levando a pensar que o voto não tem tanta relevância. E nisso quem tem a perder somos nós como sociedade elegendo políticos corruptos, que se infiltram na política para corrompê-la ainda mais. E é ai que a Lei Ficha Limpa entra com importância. Ela não vai resolver a crise da política, mas ela é um começo, um passo que se pode dar em direção ao objetivo maior que é a política se transformar num mecanismo eficiente, e que realmente pessoas honestas possam representar o povo no parlamento e no governo. Sua maior importância é que ela veio da própria sociedade, e se ela for aprovada vai mostrar que quando as pessoas se interessam pela política conseguem mudá-la.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Che eterno!


Só mesmo Ernesto Guevara para inspirar-me mais uma vez a escrever. Diário de motocicleta é um filme muito aquém do que esperava que fosse. Mas ao mesmo tempo desperta em mim sentimentos e sensações que o revolucionário argentino tinha de mais primoroso: compaixão, liderança, perseverança e uma simpatia cativante, fazendo com que todos a sua volta o admirassem e porque não, os liderassem. E foi segundos relatos do próprio Che que sua vida foi transformada naquela viagem.

O filme é ao mesmo tempo simples e complexo; simples por contar a história de Ernesto, um homem comum, lutador aventureiro querendo conhecer a América, mas complexo por sua mensagem de vida. A vida do próprio Che era assim. Vindo de uma família que tinha estrutura para poder seguir um caminho diferente, Che escolheu um caminho de muita luta pela igualdade que até hoje é reconhecido por milhões de pessoas. Se um pouco dessa experiência se transferisse a essa gente que o reconhece, esse espírito aguerrido de um dos revolucionários mais queridos da humanidade, talvez as injustiças e o egocentrismo humano não transformariam o homem no que caminhamos a ser: cada vez mais alienado, sem identidades ou qualquer tipo de compaixão pelo próximo. O caminho que o tira do sendo comum, para fazer dele um ícone de mudanças que nem mesmo ele poderia imaginar.

Pra mim Ernesto Guevara simboliza entre outras coisas isso; a luta pela mudança. Não porque a vida é injusta consigo, mas por não ser justa com todos. E a própria vida o condenou por tentar passar essa mensagem pela América; unir o povo em prol de um ideal de igualdade. Seu maior erro, o de tentar acabar com o mais perverso sistema econômico, o tornou no mártir que o capitalismo jamais há de sucumbir.